domingo, 13 de janeiro de 2013

A conexão e o silêncio ou Desconectar para Conectar



                        A conexão e o silêncio ou Desconectar para Conectar

por Verena Hauschild

Observar crianças estacionadas em frente a celulares, tablets, televisões para carro está se tornando algo corriqueiro. No meu dia a dia tenho visto nos restaurantes, lojas, estacionamentos, cafés, livrarias...

Fui a um restaurante com "espaço para crianças" fui animada levar meu filho, lá encontrei uma monitora completamente desmotivada e  4 vídeo games. Um baú com brinquedos quebrados e sem peças. Voltamos para a mesa, onde eu entreteria meu filho com muito mais criatividade e motivação.

Na mesa ao lado a conjunção de um carrinho de bebe, uma menininha de aproximadamente 18 meses, mãe, amiga da mãe, IPad e  uma conversa imperdível  resultavam em algo sensacional, uma criança superando todas as previsões do desenvolvimento humano: comendo com uma mão e desenhando no IPad com a outra (mastigava também) , tudo ao mesmo tempo, quieta, silenciosamente absorvida pela tecnologia "intuitiva" do Deus do marketing Steve Jobs.


Medo! Já se perguntaram se não está faltando oportunidade para essa criança se desenvolver, quer dizer se desenvolver plenamente? Desenvolver seus instintos, conhecer plenamente seu corpo, os espaços e principalmente os seus limites? Ou ficamos tão entusiasmados com um surpreendente quietude da criança que fazemos qualquer negócio.

Quem foi que disse que criança tem que ficar quieta? Criança tem que conhecer seus limites e para conhece-los deve primeiro testa-los. Deve ser educada e para educar precisamos ouvi-las, abaixar e olhar nos olhos dela. Educação não é uma questão de identificação, o argumento sou isso e portanto meu filho é também é equivocado, se observo em meu filho traços que reconheço como negativos da minha personalidade preciso urgentemente me esforçar para me modificar e aí sim alcançar a transformação que espero do meu filho, ou da criança sob minha responsabilidade.

Outra coisa que li agorinha mesmo e que me incomodou demais foi: "Falo baixinho no ouvido dele: Olha o chinelo"...Gente, ameaçar é destruir a personalidade antes mesmo de ela se formar. Ameaça é basear a relação familiar no medo.

Vamos repensar nossa conexão com nossos iguais. Nossos filhos são futuros cidadãos do mundo, devemos cria-los como tal, com o minimo de egoismo. Deixemos os celulares um pouco desligados de modo a nos conectarmos na sintonia fina e suave das crianças.